O efeito Murdoch no WSJ
Vale ler. Reportagem da revista GQ sobre a compra do Wall Street Journal pelo Rupert Murdoch, megamagnata das comunicações – FOX, FOX News, uma dúzia de tablóides, SKY TV etc. O bacana é que “Tha Day The Journal Died” é construído desde um ponto de vista interno da redação. Jornalistas e ex-jornalistas (vários resguardados pelo off) contam os temores que tinham com a mudança de dono – nas publicações que adquire, Murdoch é conhecido por dar uma guinada de entretenimento, reduzir a quantidade e a qualidade de investigações e demitir muita gente. A turma do WSJ, que cultiva a auto-imagem de trabalhar em jornal sério e independente, se coçou. Alguns medos de fato se concretizaram (o jornal abriu mais espaço para esportes, o que era quase impensável até então), no que é visto como uma tentativa de posicionar o WSJ (antes tido como “o segundo jornal de todo mundo”) como o concorrente conservador para o “esquerdista” New York Times. A aposta de Murdoch, intuem os entrevistados, é que todos a maioria dos jornalões nacionais vão sucumbir. Tudo se resumirá à briga NYT X WSJ.
Há também várias subtramas saborosas. A minha preferida é a do antigo diretor de redação, Marcus Brauchli, principal interlocutor do reportariado junto aos caras da grana e defensor dos tradicionais princípios WSJ de fazer as coisas. Indagado pela equipe sobre a possibilidade de mudanças que abalassem esses pilares, costumava dizer “não vai acontecer enquanto eu estiver de olho”. Pois bem: chegou a turma nova e ele foi meio escanteado da cúpula decisória. Um tempo depois, rescindiu o contrato. Pegou uma senhora grana – os rumores falam em 5 milhões de dólares – e se mandou. As reações dos colegas oscilaram do ódio a, hum, uma resignada compreensão:
Chen: Marcus was the last of the Mohicans. But he took his buyout and left. Maybe there were some people who were upset—"He took the buyout, he got paid to leave quietly." But what is being done here is not shocking. It's not improper. Indeed, that is how business is done. You're gonna stand there and say, "Sir, you will have to eject me forcibly?" It's ridiculous. They say, "We'll give you a couple of million." Why would you not take it?
Anonymous #1: The newsroom I think was divided on whether Brauchli should stay and fight or leave on principle. Of course what ended up happening was that he did neither of those things. He left without principle.
O que você teria feito?
Um comentário:
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