quarta-feira, outubro 11, 2006

Por que ainda voto Lula?

Porque acredito que o PT ainda é a única alternativa partidária à esquerda viável no pais. Bravatas à parte (“estou mais à esquerda do que Lula”, como disse o Alckmin), se os movimentos sociais legítimos e representativos têm algum poder de pressão, ele sem dúvida é maior com o PT do que com o PSDB. Ainda que os compromissos históricos com as bases tenham sido detonados, como lembrou Wanderley Guilherme dos Santos em artigo na Folha:
“É inadimissível que um partido com a representatividade social do PT, sigla depositária das expectativas dos operários urbanos, trabalhadores rurais, pequenos agricultores e grande parcela dos profissionais liberais, tenha sua vida do dia-a-dia administrada por personagens cujos nome de batismo e poder só venham a ser conhecidos quando dão entrada na polícia. Nada têm em comum com o eleitor petista, entusiasta da disputa eleitoral democrática e que por mais de 20 anos acompanha a trajetória do PT, honestamente acreditando nos compromissos institucionais e de justiça social por ele assumidos.”
Na linha programática, quem faz as necessárias ressalvas é João Pedro Stédile, do MST, em seu texto “É preciso barrar a direita e derrotar Alckmin”, também na Folha:
“Nos últimos quatro anos, houve um governo de coalizão, como costuma dizer o ministro Tarso Genro, e as forças do capital continuaram influenciando para manter a política neoliberal. Por outro lado, forças de esquerda conseguiram avanços na política externa, na defesa das estatais e em algumas áreas sociais, como a educação pública e o salário mínimo.”
A ligação com os movimentos sociais é a minha principal justificativa pró-Lula. Um apoio sem um centésimo da empolgação de 2002, e com uma séria desconfiança de que a política do século 21 vai se dar cada vez mais distante do ambiente partidário. Mas na hora da decisão é preciso posicionar-se, né?

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