quinta-feira, dezembro 10, 2009

Projeto Redigir, 10 anos

Dia desses, fui entrevistado para um video comemorativo de 10 anos do Projeto Redigir. Uau, uma década... Ser um dos fundadores do projeto é uma das coisas que mais me traz orgulho nessa vida. Não exagero se digo que minha trajetória profissional se divide entre antes e depois do projeto. A experiência com as aulas voluntárias de redação me levaram para a escola regular e depois para o mestrado (ano que vem, quem sabe, doutorado) em Educação. Também a Nova Escola cruzou a minha trajetória e bem, eis me aqui, com os dois pés enfiados no mundo do ensino aprendizagem. Nada mau por enquanto.

Mas quero falar um pouco do querido Redigir, pontuar tudo o que ele me deu e que é para sempre: uma opção de inserção política não-partidária (nada contra, mas não é a minha), o alcance (enorme!) da democracia direta e de uma organização sem hierarquia, a partilha do poder (e das responsabilidades), a noção prática de processo (o que duradouro não se faz num dia), a fé no futuro e na força para transformar (sempre somada a dos companheiros, muitos dos quais são os mesmos daquela época).

Acho que os 13 estudantes de comunicação da ECA-USP que montamos o curso inicial, lá em 1999, fizemos bastante – entre mortos e feridos, o Redigir está aí até hoje e isso não é para qualquer um, ainda mais considerando que a USP sempre jogou (e ainda joga, pergunte a quem conhece) contra a “extensão gratuita e não pelega” que a gente defendeu. Faltou outro tanto bem grande – documentação e registro adequado, uma proposta pedagógica consistente, sistematizar uma transição para as novas turmas que chegam... Não tivemos perna nem braço para chegar lá. Por isso, me alegra ver o carinho e a garra com que os atuais donos do pedaço encamparam o projeto. Pude conhecer alguns deles na comemoração de 10 anos, quando pude expressar algo parecido a esses pensamentos confusos e renovar minha esperança de que o Redigir, que mora no meu coração, vá mais longe e melhor.

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