sexta-feira, outubro 13, 2006

O medo da avaliação

Avaliar é preciso. Ser avaliado também. Na conversa que tive com o pesquisador José Martinez-de-Toda, ele lembra que não há nenhuma universidade latino-americana entre as 200 melhores do mundo. Ele suspeita que parte da culpa pelo fracasso possa ser creditada à nossa (latino-americana) repulsa pela avaliação. Heloísa Dupas Penteado, em Comunicação escolar – Uma metodologia de ensino, defende que o passado ditatorial fez com que avaliação virasse sinônimo de censura.
Não é, ela explica. É sinônimo de controle, de guia para saber para onde estamos indo. Não me esqueço de que, na banca de entrada do mestrado na FE-USP, uma coisa que um dos avaliadores elogiou na minha proposta foi a busca por uma avaliação da iniciativa pedagógica que eu propunha. "Em educação, sem avaliação qualquer um prova qualquer coisa. Por isso é importante avaliar."
Descobrir e implementar avaliações amplas e democráticas, que estabeleçam um diálogo (e não uma imposição) com os educandos são outros quinhentos. Mas que avaliar é preciso, ah, isso é.

Um comentário:

Unknown disse...

Ontem, na entrevista do Lula no Roda Viva, um jornalista do Estadão levantou dados de que as instituições públicas de ensino superior do Brasil estão entre as piores do mundo (não citou de onde vieram os dados). Ele sustentava que o Brasil investe mal em educação, e que precisaria parar com essa mania de construir universidades e olhar mais para o ensino público. Comparou até nosso número de universidades públicas com os "centro de excelência" norte-americanos, que são muito menos numerosos.

Eu fico besta quando ouço uma dessas. E essa galera realmente acredita no que tá falando.