terça-feira, outubro 17, 2006

Conversa de bar

Ah, as conversas de bar, sempre tão importantes para a gente formar opinião... Provas incontestáveis de que a recepção é um processo e não um momento. Importantíssimas – e olha que eu não sou nada boêmio. Uma certeza e uma dúvida da última conversa de bar que tive, no sábado, com os queridos amigos Zé Kley e Léo, no bar Paróquia (Vila Mariana. Preços não muito católicos, chopp ok, sandubas idem):
Certeza: Dá vontade de ver o Lula ganhar só para pegar esses jornalistas da grande imprensa e gritar na cara deles: chuuuuupa! Uma colunista do Estadão (não lembramos o nome) chegou ao ponto de dizer que "o povo está contra a opinião pública" – implícito no raciocínio da moça que suas opiniões representam a "pública"...
Dúvida: O governo deveria parar de anunciar em meios de comunicação que ultrapassam o nível da defesa de idéias contrárias e partem para a mentira aberta e descarada? Eu acho que não. Não há maneira de justificar um veto como esse a não ser pelo viés ideológico. Injúria, calúnia e difamação tem de ser enfrentadas na Justiça, mesmo com todos os defeitos do nosso sistema judicial.
Quanto à ideologia dos meios de comunicação em tempos de eleição (todos têm uma, claro), um apanhado legal é este artigo do blog do Emir.
Beijos, boa semana!

4 comentários:

Unknown disse...

Não sei, cara. Publicidade também tem que ter personalidade. Acho que tem que anunciar, sim, até pq é o único espaço que o governo vai ter lá, mas tem que privilegiar a difusão em outros canais.

Sugestão pra um próximo blog: "vc acha justo o povo pagar pelo financiamento (todo) da campanha eleitoral?" Depois eu falo o que eu penso

Anônimo disse...

Colunista do Estadão? Só pode ter sido a Dora Kramer, que está insuperáááááável nesta eleição. Pra mim, ela ganha o troféu da má-fé entre os colunistas.

Rodrigo Ratier disse...

Tonheira, com certeza isso dá discussão. Para resumir, o que nem sempre é bom, acho que os gastos governamentais em publicidade deveriam pautar-se por dois critérios: 1- incentivo à mídia alternativa (apoio à diversidade com financiamento desporporcional à audiência); 2- na grande mídia, anúncio relativamente proporcional à audiência, talvez com algum deflator para incentivar a competitividade. Senão, fica tudo muito ao sabor das vontades dos govermantes de turno.
Marça, quem falou da tal colunista foi o Zé Kley, citando uma fala da Marilena Chauí no debate da CM. Muitas chances de ser a Dora, tadinha...
Abraços, obrigado pelos coments!

Unknown disse...

Olha só,
concordo com a posição do Emir. Só acho complicado o comentário de que a carta capital (entre outros que ele citou) é uma revista independente. Assim como reconheçemos a parcialidade de vejas e estados da vida, temos que reconhecer o outro lado tb, não acham?