Pequena Miss Sunshine
Se você não assistiu, melhor não ler, talvez. Tem uns spoilerzinhos...
Filme muito bacana. Uma família de disfuncionais, cada um disfuncional a seu modo. No começo, todos tentam se enquadrar, com teimosia e persistência – um viaja de lambreta para tentar seu programa de auto-ajuda, outro faz voto de silêncio até entrar na Força Aérea, um terceiro, por causa do amor não correspondido, tenta o suicídio (nada resta na impossibilidade de se enquadrar).
A exceção é o vovô, a meu ver a figura central do filme. Sua personalidade ecoa também no jeito de ser da mãe, mas o velho, para mim, é o cara. Expulso do asilo por usar heroína, agora só quer saber de cheirar e comer mulher. Seu estilo, por hedonista que seja, passa a moral central para transformação familiar: fodam-se os outros, tente ser você, seja você.
No final, a teimosia e a persistência continuam, mas agora na afirmação de identidades individuais livres de regras de oconduta, coerções e julgamentos. No final redentor, os superfreaks mandam a sociedade se fuder, literalmente. Uma materialização do que todos nós (ou será que só eu?) gostaríamos de fazer.
O problema é que a vida continua depois dos créditos...
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